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The Bridge on the River Kwai

The Bridge on the River Kwai

meteorologia: nublado
pecado da gula: sorvete de brigadeiro
teor alcoolico: nada ainda
audio: euvoudebike #19

The Bridge on the River Kwai, direção David Lean

Um daqueles filmes grandiosos da chamada época de ouro de Hollywood. Superproduções caras, filmes longos, grandes cenários, extensas locações externas, elenco estelar. Especialidade do diretor, responsável também por Lawrence of Arabia, Doctor Zhivago, Ryans’s daughter e A Passage to India (o meu predileto). Ganhador de 7 Oscars, incluindo o de melhor filme e de melhor ator para Alec Guiness. Mas o que tenho sempre na memória sobre esse filme é a música-tema, assoviada pelos personagens durante boa parte do filme e que, descobri muito tempo depois de tê-lo assistido pela primeira vez, chama-se A marcha do coronel Bogey. É como um jingle, cola no ouvido, na cabeça e custa a sair. Mais uma curiosidade, a ponte do filme, foi realmente erguida (coisa impensável nos dias de hoje) e foi a maior estrutura construída para um filme até então.

Baseado no romance do escritor francês Pierre Boulle, é um filme de guerra, apesar de não ter grandes batalhas ou lutas. Relata a estória de soldados ingleses que, prisioneiros de guerra, vêem-se obrigados a construir uma ponte ferroviária para o inimigo, os japoneses. Seria simples, não fosse o fato de o coronel inglês responsável pela tropa decidir construí-la da melhor maneira possível, apenas com o intuito de humilhar o coronel japonês a cargo do campo de prisioneiros, exibindo a eficiência inglesa.

A construção da ponte é apenas um pretexto para o embate entre essas duas personalidades. Ambos, à sua maneira, acreditam estar fazendo e dando o melhor de si, cumprindo seu dever à risca. Cada um deles acredita que sua forma de comando é a mais acertada. O ponto inicial da discórdia é o fato de o coronel japonês, Saito (Sessue Hayakawa), exigir que os oficiais ingleses façam trabalho braçal na construção da ponte. O coronel inglês, Nicholson (Alex Guiness), rebate e exige o cumprimento dos termos da Convenção de Genebra, segundo os quais nenhum oficial preso pode fazer trabalhos manuais. O que se segue é uma queda de braço entre os dois, uma batalha psicológica, cada um defendendo seu ponto de vista a seu modo e tentando convencer o outro que seu enfoque é o correto. O coronel inglês acha que o japonês está louco. O coronel japonês acha que o inglês está louco. Aliás, loucura é um termo bastante mencionando durante todo o filme. Em algum ponto entre esses dois pólos está o major Shears, totalmente alheio ao que qualquer um deles fizesse. Sente-se quase nauseado diante de tudo aquilo, questionando a validade e a necessidade daquela insana rivalidade.

A cena final é espetacular. Deixa o espectador se perguntando qual foi a motivação do personagem. O que foi filmado é totalmente aberto para a interpretação do público. A única certeza que fica é a falta de sentido de tudo aquilo.
Muito bom, vale assistir.

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