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I, Frankenstein

I, Frankenstein

I, Frankenstein (2013) – Frankenstein – Entre anjos e demônios
roteiro e direção: Stuart Beattie
1.5 out of 5 stars

(resenha publicada originalmente no Vórtex Cultural, em 02/01/2014)

Sinopse:
O monstro de Frankenstein, agora com o nome de Adam, sobreviveu até os dias atuais. Tentando encontrar seu próprio caminho, ele acaba se envolvendo em uma guerra entre dois clãs imortais em uma cidade ancestral chamada Darkhaven.
(fonte: Playarte)

Stuart Beattie, responsável pelos roteiros da franquia Pirates of the Caribbean, de G.i. Joe, de Australia, entre outros, assume a direção desta versão moderna da história do monstro de Frankenstein. A trama é baseada na HQ escrita por Kevin Grevioux, co-criador de Underworld. Talvez por isso tem-se a impressão de que a história do monstro de Frankenstein está ambientada num mundo semelhante ao de Underworld. Ou seja, em vez de vampiros versus lobisomens, o embate é entre demônios e gárgulas.

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E, assim como em Underworld, a humanidade ignora totalmente a existência de tais criaturas e do confronto entre elas – apesar de ser difícil acreditar que entes alados passem despercebidos nos céus duma metrópole e que seres estranhos e assustadores com olhos vermelhos nunca tenham sido vislumbrados por qualquer transeunte. Mas enfim, se é necessário ignorar isso para mergulhar no universo da história, que assim seja.

Desse “mergulho” advém o principal problema do filme: a total falta de profundidade tanto da história quanto dos personagens – não há “onde” mergulhar. A luta entre anjos e demônios é enfocada de modo tão superficial que o espectador sequer se sente compelido a tomar partido de um dos lados. Ambos são tão insossos em suas motivações que parece não fazer muita diferença quem leva a melhor na disputa. Some-se a isso o fato de que temas centrais da história do monstro de Frankenstein – criatura versus criador, homens brincando de Deus – são apenas ligeiramente pincelados, sem nunca serem explorados devidamente, o que enriqueceria bastante a trama.

Nem a presença de alguns bons atores no elenco consegue prender o espectador. Bill Nighy não faz feio, como sempre, mas dá a impressão de ter atuado remotamente. Miranda Otto, como líder dos gárgulas, dispara algumas das piores falas do filme. Eckhart até tenta dar mais peso a Adam, mas não há muito o que fazer com um personagem mal construído.

Ao menos, o filme não é longo – 93 min. – e consegue manter o ritmo com sucessivas cenas de ação. Consegue entreter, se o público não for ao cinema esperando uma nova versão do personagem já que, do clássico personagem criado por Mary Shelley, sobrou apenas o nome no título.

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