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There will be blood

There will be blood

meteorologia: sol e calor
pecado da gula: cheese-burger no Prime
teor alcoolico: alguns chopps, várias smirnoff ice black
audio: nerdcast 200
video: up

There will be blood, direção Paul Thomas Anderson

Sensacional.
Mesmo tendo me tornado fã de Paul Thomas depois de assistir Magnolia (apesar da chuva de sapos) e Boogie nights, ao ler a resenha desse filme, achei que seria algo no estilo de Giant (que eu também gosto muito). Mas não, o filme é muito, muito mais que apenas mais uma estória sobre o início da exploração de petróleo nos EUA.
Impressionante.
O início do filme define o tom de toda a trajetória do personagem de Daniel Day-Lewis, Daniel Plainview. Remeteu-me imediatamente a 2001: A space Odyssey, pois nos primeiros 15 minutos do filme, não se ouve diálogo algum. E assim como em 2001, esses minutos iniciais são essenciais ao entendimento tanto da estória como da psicologia do personagem. Revela-se nesse início silencioso, a tenacidade, a solidão, a crueza, o desprezo, o cinismo, o tino para negócios, a ganância, a falta de escrúpulos, a “escuridão” no caráter de Plainview (enfatizada em todas as vezes que o personagem aparece coberto de petróleo). E Daniel Day-Lewis está novamente sensacional na personificação desse homem cujo único objetivo, diferente do que parece inicialmente, não é enriquecer, mas sim sobrepujar os demais, pelo prazer de conquistar o poder. Graças a ele, Plainview é um personagem inesquecível. Sua voz grave é perfeita para construir com perfeição um monstro de fala cadenciada, que consegue o que quer a qualquer custo.

A fotografia é primorosa. Reforça a natureza “escura” de Plainview, retratando-o quase sempre nas sombras ou em contraluz. Os planos abertos amplificam a aridez e a solidão do deserto onde Plaiview instala suas torres de escavação.
Em geral, afirma-se que trilha sonora boa é aquela que não é perceptível no decorrer do filme. Neste caso, não é assim. Os acordes fortes e dissonantes ajudam a acentuar o tumulto interior de Plainview, cuja personalidade anti-social no decorrer do filme aproxima-se cada vez mais da psicopatia.
Imperdível.

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