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"Details, baby. Details." (Dil)

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The crying game, direção Neil Jordan

Chegou 5a.feira para eu assistir, “The Last King of Scotland”, com Forrest Whitaker como protagonista, no papel de Idi Amin. Sempre que penso nesse ator, vem-me à mente o primeiro filme que me lembro de ter visto com ele, “The crying game”. Talvez não tenha sido o primeiro, mas foi o primeiro em que eu reparei na atuação desse excelente ator. Sua participação no filme não é extensa, mas bastante significativa. E esse filme faz parte daquela lista de filmes que eu revejo sempre que há oportunidade.

Dos filmes de Neil Jordan, é o meu predileto. Na verdade, foi o único que me chamou atenção, o único que recomendaria se alguém me pedisse uma indicação. Não é que “Entrevista com o vampiro“, “Não somos anjos“, “Michael Collins” e “Valente” não sejam bons. Apenas não são memoráveis.

Difícil definir a temática do filme. O título em português (como em tantas vezes) pode dar a impressão errada sobre o tema. Mas mesmo depois de assistir é complicado dizer se é uma estória sobre amizade, amor, política, terrorismo, redenção. É uma composição disso tudo. Talvez por isso seja tão interessante e intrigante.

A estória é simples. IRA seqüestra um soldado inglês, Jody (Whitaker), que desenvolve certa amizade com o guerrilheiro, Fergus (Stephen Rea), encarregado de vigiá-lo. Mas o soldado morre e o guerrilheiro vai comunicar sua morte à namorada do soldado, por quem acaba se apaixonando. A partir daí, alguns desdobramentos incomuns ocorrem, enquanto o grupo quer convencer Fergus a participar de mais uma missão.

A atuação de Stephen Rea, em mais uma parceria com Jordan, é excelente. Quase impossível imaginar outro ator nesse papel. Whitaker está muito bem, apesar da pequena participação. Mas quem realmente rouba a cena num interpretação quase sublime é Jaye Davidson. Faz sua personagem ser encantadora, misteriosa e extremamente sensual. A certa altura do filme, o fato de que o intérprete é um homem é apenas mais um detalhe, facilmente esquecido durante a projeção.

O filme permite interpretações variadas, e certamente cada espectador opta por uma delas. Não há um ponto de vista único, uma única perpectiva. Sem dar spoilers, é arriscado tentar explicar qual é o assunto do filme, no meu entender. Não estou em cima do muro, mas é daqueles filmes que é preciso assistir para entender por que não é possível explicá-lo antes.

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