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Rise of the planet of apes

Rise of the planet of apes

Rise of the planet of apes (Planeta dos Macacos: A Origem)
Direção: Rupert Wyatt
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver

Independente de qualquer outra coisa, este filme tem um mérito que não pode, nem deve ser omitido: consegue com distinção fazer-nos esquecer do fiasco que foi a versão de Tim Burton.

Não chega a ser uma refilmagem do original de 1968 – “Planet of the apes”, aquele com o Charlton Heston. Pode-se dizer que seja Uma reinterpretação da estória. Não li o livro de Pierre Boulle, em que se baseou o primeiro filme. Sendo assim, não tenho como afirmar se se aproxima – ou distancia – mais da estória. De qualquer modo, a explicação para a evolução da inteligência de César é bem convincente. Enquanto no original, a inteligência de Cesar deve-se a uma viagem no tempo, neste é um vírus o catalisador do desenvolvimendo de sua inteligência. Na época atual, bastante próximo da nossa realidade.

Diferente do que li em várias reportagens, não achei os efeitos em CG assim tão “mega-boga”. Quase tão bons quanto os do filme de Tim Burton. Sinceramente, não percebi muita evolução técnica. Em alguns momentos, os macacos digitais eram até bem toscos – na invasão da Gen-Sys, por exemplo. E, na minha opinião, o símio que ficou mais verossímil nem foi Cesar – sem subestimar o talento de Andy Serkis -, mas o gorila. A suspensão de descrença simplesmente desapareceu ao ver o(s) chimpanzé(s) se movimentando. Nenhum macaco se move daquela maneira, nem um chimpanzé, nem num bonobo. Apenas um homem fingindo ser um macaco se move daquele modo. Creio que o esforço em humanizar as expressões faciais de Cesar tenha se estendido demais para a dinâmica do seu movimento. Não há como negar, os olhos são extremamente expressivos. E, para mim, foi a única evolução tecnicamente perceptível.

Outro detalhe que me incomodou no filme foi um certo descuido (leia-se exagero) na composição do “esquadrão” de símios. Digamos que houvesse por volta de 30 macacos no abrigo. O grupo passa pelo zoológico e juntam-se a ele cerca de 20 (chutando alto). Invadem o laboratório e mais 15 (no máximo) são agregados ao grupo. E, de um momento a outro, enquanto atravessam a ponte, ocorre o milagre da multiplicação dos macacos. Do nada, parece haver mais de uma centena deles. É, não colou.

O que realmente me divertiu, como fã da coleção original, foram as inúmeras referências. César aparece brincando com uma miniatura da Estátua da Liberdade – ícone importante no filme de 1968. Assim como nesse filme, uma imagem de cartão postal norte-americano é utilizada, no caso a ponte Golden Gate. Cesar sendo levado pela coleira assim como no terceiro filme. O anúncio da missão espacial de que Taylor faz parte. O modo como se referem a Taylor – “Bright eyes” – é o mesmo apelido dado à macaca mãe de Cesar. Até a clássica frase gritada por Taylor no primeiro filme é reproduzida literalmente: “Take your stinking paws off me, you damn dirty ape!”

Outro detalhe interessante é a sequência de imagens durante os créditos finais. Simples, criativa e, ao mesmo tempo, bem tensa.

Uma curiosidade: demorei uma boa meia hora até reparar que um dos personagens era interpretado pelo mesmo ator que encarna Draco Malfoy na série Harry Potter.

Ah! Faltou comentar da cena estilo “Hakuna Matata” de que Cesar participa. Foi tão previsível…

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