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Cosmopolis

Cosmopolis

Cosmopolis (2012)
Roteiro e direção: David Cronenberg
3 out of 5 stars

Sinopse:
Eric Packer (Robert Pattinson) é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão: cortar o cabelo no seu barbeiro localizado do outro lado da cidade. Para isso, o gênio de ouro das finanças terá que atravessar, em sua limousine, uma caótica Nova York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilometro percorrido. Com o ritmo alucinante do diretor David Cronenberg, e participações de Juliette Binoche, Paul Giamatti, Samantha Morton e Mathieu Amalric, ele está prestes a viver as 24 horas mais decisivas de sua vida.
(fonte: Interfilmes.com)

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Passado quase 80% do tempo dentro da limusine de Packer, o roteiro foi baseado no livro homônimo de Don DeLillo. Pode ser visto apenas como a estória de um ricaço que cisma em ir cortar o cabelo e, tal qual uma criança mimada, bate o pé e fala “eu quero, eu quero, eu quero”, a despeito das recomendações do encarregado de sua segurança. Porém, como em todos os filmes de Cronenberg, nem tudo é o que parece. E, por trás de diálogos aparentemente non-sense, há algumas ideias interessantes que merecem reflexão.

A limusine de Packer é o seu “mundinho”. Nele, Packer trata de seus negócios, come, bebe, faz sexo, consulta-se com um médico. Faz tudo ali, apesar de ter um apartamento com dois elevadores. E, principalmente, na limusine, Packer isola-se do mundo. Enquanto nas ruas ocorre uma manifestação, ele está discutindo o mercado e a situação da bolsa de valores.

É interessante notar a forma que o personagem vai sendo desconstruído no decorrer da narrativa. Packer entra na limusine, no início do filme, vestido impecavelmente, com óculos escuros que ocultam seus olhos inclusive da esposa. À medida que a estória avança, seu “visual” vai se desmontando, acompanhando o declínio do personagem. Remove os óculos, tira a gravata, o paletó, até chegar ao final do filme com a camisa de grife semi-aberta e para fora da calça.

Enfim, não é tão bom quanto outros filmes de Cronenberg – como os recentes Eastern promises e A history of violence – mas vale a pena assistir.

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