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Charade

Charade

meteorologia: finalmente, o verão chegou
pecado da gula: misto quente
teor alcoolico: 1 stella artois (litrão)
audio: spin-Off s05e13
video: criminal minds

Charade (Charada)
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Peter Stone

Divertida aventura de gato e rato com Audrey Hepburn e Cary Grant. Apesar da diferença de idade bastante evidente (ele, com 59; ela, com 33), a química entre eles funciona muito, muito bem. Sintonia perfeita. Hepburn, sempre adorável e Grant… bem, Grant é sempre Grant. O eterno gentleman, meio desajeitado e com aquele tempero cômico. Os diálogos de duplo sentido que entabulam são responsáveis por alguns dos melhores momentos do filme.

Depois da morte trágica do marido, Regina Lampert (Hepburn) é perseguida por vários homens que acreditam que o falecido lhe deixou uma grande quantia de dinheiro. O início do filme já dá a dica do que virá a seguir. Uma mistura de suspense, aventura e romance. Não há como não reparar nas inúmeras referências a Hitchcock, inclusive o próprio roteiro usa e abusa de toques de suspende à la Hitchcock.

A sequência de abertura – os créditos iniciais – é composta por uma inconfundível sucessão de grafismos de Saul Bass (que trabalhou com Hitchcock em “North by Northwest”, “Psycho”, “Vertigo”). A ótima música que acompanha os créditos é de Henry Mancini (fez a trilha de “Frenzy”, filme de Hitchcock de 1972, além de ter eternizado a música-tema de “Breakfast at Tiffany’s” – Moon River, na voz de Audrey Hepburn, cantarolando na janela de seu apartamento).

Na primeira cena vemos um homem jogado de um trem – homem que depois descobriremos ser o marido de Reggie. E, em seguida, bem ao estilo hitchcockiano, o espectador fica em suspense ao ver uma arma sendo apontada para Reggie e prestes a disparar, para descobrir (aliviado) que se trata apenas de um garoto com uma pistola d’água. Mais alguns minutos e Cary Grant aparece em cena, charmoso como sempre, apesar de ter sido também atingido pela pistolinha (trabalhou com Hitchcock em “North by Northwest”, ‘To catch a thief”, “Suspicion”, “Notorious”).

Além disso, a personagem de Hepburn é a versão feminina da maioria dos protagonistas de Hitchcock, que afirmava que “Meu herói é sempre o homem comum a quem acontecem coisas bizarras, e não o contrário.”. E é exatamente isso que ocorre à Reggie.

Donen, mais conhecido por ter dirigido “Singin’ in the rain”, aproveita também para fazer referências às suas próprias obras. Durante um passeio às margens do Sena, Reggie comenta com o personagem de Grant sobre Gene Kelly “dançando na chuva”.

Há várias cenas memoráveis. Mas uma em especial é a que me vem à cabeça sempre que penso no filme: a da dança das laranjas. Revi o filme ontem e me peguei às gargalhadas (de novo) durante essa cena.

Enfim, diversão garantida do começo ao fim.

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