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Cloud Atlas

Cloud Atlas

Cloud Atlas (2012) – A viagem
roteiro e direção: Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski
2 out of 5 stars

Apesar de achar o título original muito mais bonito e sonoro – além de ser uma referência a um detalhe do filme -, o título nacional faz jus ao que é o filme: uma viagem, no seu sentido mais coloquial – sim, aquele que remete ao uso de alucinógenos. O trailer não tinha me instigado muito a ver o filme, já que foi vendido (erroneamente) como uma estória de amor entre os personagens de Halle Berry e Tom Hanks. Mas surgiu uma oportunidade de assisti-lo, e fui.

cloud atlas

O roteiro foi baseado no livro homônimo, de David Mitchell. São seis estórias passadas em épocas e locais diferentes, cujos protagonistas estão de certa forma interligados:

  1. Século XIX
    protagonista: Adam Ewing (Jim Sturgees), advogado
  2. 1930
    protagonista: Robert Frobisher (Ben Whishaw), jovem e talentoso compositor
  3. 1970
    protagonista: Luisa Rey (Halle Berry), jornalista
  4. Dias atuais
    protagonista: Timothy Cavendish (Jim Broadbent), editor
  5. 2144, Coreia do Sul (agora Nova Seul)
    protagonista: Sonmi-451 (Donna Bae), clone que trabalha como garçonete
  6. Futuro – 106 anos depois de um evento denominado como “A Queda”
    protagonista: Zachry (Tom Hanks), líder de uma tribo

Conforme descobri ao pesquisar sobre o livro, nele a narrativa estrutura-se na seguinte ordem:
1 » 2 » 3 » 4 » 5 » 6 » 5 » 4 » 3 » 2 » 1
Enquanto que, no filme, eventos de cada uma das estórias se alternam numa ordem que parece ser aleatória. Se já não bastasse isso para gerar confusão, as estórias são encenadas pelo mesmo grupo de atores, o que, nos primeiros 30 minutos ao menos, dificulta acompanhar a(s) trama(s). Apesar da montagem primorosa – há alguns cortes simplesmente impressionantes – é, no meu entender, um “complicômetro” desnecessário, já que o tempo gasto em descobrir o ator constitui-se em tempo perdido no acompanhar a estória.

Agora, sobre a maquiagem. Já que os atores se alternam nos papéis, a maquiagem deveria cumprir seu papel de ajudar a contar a estória. Mas não é o que acontece na maioria dos casos. Enquanto há alguns resultados bastante satisfatórios, a maior parte deixa muito a desejar – principalmente os “falsos coreanos” e a “coreana ruiva”.

O “fio” que liga os protagonistas não está escancarado de maneira óbvia, o que é ótimo:
Zachry recita os ensinamentos Sonmi, que assiste a um filme sobre Cavendish, que lê um manuscrito de Luisa Rey, que lê as cartas de Frobisher, que lê o diário de Ewing.

O filme pode ter suas qualidades, mas definitivamente não me conquistou.

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(se o único momento em que o público se importa com o destino dos personagens é quando quatro idosos estão colocando em prática um plano para fugir de um asilo, esse filme definitivamente tem problemas…)

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